Condominial News Nacional debate tema importante nos dias atuais: Abuso e Exploração de Crianças e Adolescentes

     Um assunto que ganhou destaque nesta pandemia foi o abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes em virtude do aumento de 50% do número de casos por todo país. Para aprofundar a discussão do tema, o Condominial News Nacional conversou com o psicólogo clínico e palestrante, André Freitas; o advogado e embaixador da Campanha Rompendo Silêncio, Dr. Thiago Rech; a síndica e embaixadora da Campanha Rompendo Silêncio em Mato Grosso, Adriana Reys; e o síndico profissional Altamiro Fernandes.

     O tema específico foi “Abuso contra Criança e Adolescente em Condomínios” a partir de casos vividos no ambiente condominial, situação praticada na maioria dos casos por pessoas próximas ou familiares. Para o psicólogo André Freitas, os pais devem levar a criança entender que o corpo é sagrado, que só eles podem ter acesso na hora do banho. Ele explica ainda que com a expansão da internet, as crianças estão tendo acesso e é preciso verificar com quem elas conversam, olhar o histórico da internet. Outro ponto que considera importante é os pais não sexualizarem a criança antes do tempo. Caso ocorra, pode gerar traumas essa sexualização na própria criança.

     O síndico Altamiro Fernandes reitera que, apesar dos frequentes casos de abusos e violência contra crianças e adolescentes, há uma cultura muito arraigada entre os pais por não darem publicidade ao fato ocorrido. De acordo com ele, esta é uma realidade também nos condomínios porque as vezes ocorre violência e os responsáveis pela criança preferem o silêncio. “Eles não querem fazer a denúncia, em muitos casos obrigam os síndicos a não fazerem o registro na delegacia. Esta relação precisa ser entre o pai e a autoridade, e não do síndico”, ressalta.

      Fernandes diz que o síndico precisa fazer campanhas dentro do condomínio, dialogar com os pais, com os colaboradores, criar a cultura da gestão para trabalhar as áreas mais vulneráveis e também nos espaços que representam perigo para as crianças, como sanitários, piscina, salão de jogos, quadras esportes, devendo sempre monitorar as crianças e adolescentes nestes locais. 

     A síndica Adriana Reys disse que ficou impressionada com os dados que levantou, os quais retratam que três crianças são abusadas, em média a cada uma hora no Brasil. “De janeiro a maio de 2021, o Disque Denúncia 180 teve em média seis mil denúncias. Me deixou um pouco estarrecida, porque não imaginei que o número fosse tão grande e 20 casos diários não são comunicados”, enumera.

     De acordo com ela, este quadro é muito grave, o que a deixou muito preocupada na condição de síndica, mãe e avó. “Sempre orientei meus filhos, tirando a mamãe, o papai e a vovó, ninguém toca em mim, as minhas partes íntimas não são tocáveis. Nenhum tio, nenhum amiguinho, avô não tem direito em me encostar. Caso isso aconteça, conte para seus pais”, orienta, ressaltando que a criança deve relatar o abuso até que seja ouvida.

     O advogado Thiago Rech também reforça que é preciso ter uma atenção redobrada para saber onde crianças e adolescentes estão indo, com quem estão andando. Ele explica que do ponto de vista criminal, a partir do momento que se tem a notícia do fato, é preciso observar bem para que não haja nenhum tipo de engano, pois o suspeito vai ser olhado de uma maneira muito mais severa por todos. “A partir do momento que sem tem esta notícia, deve-se encaminhar o adolescente para a delegacia especializada, para registrar um Boletim de Ocorrência. A criança vai ser ouvida por um psicólogo especializado para saber exatamente o que aconteceu, a partir daí, o escrivão, ou o delegado vai começar o inquérito para processo penal do indivíduo suspeito”, explica como deve se proceder o registro do Boletim de Ocorrência.

     O psicólogo André Freitas também apresentou dados do Sus que, segundo ele, nestes últimos 10 anos registrou um aumento de 300% em situações de abuso a crianças, o que está acontecendo em todos os lugares, principalmente, no condomínio que é um lugar onde muitas pessoas moram. Reforça ainda a importância dos pais observarem o comportamento dos filhos, que é um grande indicador. “Se a criança é feliz, brincalhona e de repente, de uma hora para outra, ela se fecha, muda o comportamento de maneira radical, pode ser o sinal de que está sofrendo o abuso. A criança que começa a ter uma mudança na escola, tira notas boas, e de repente tira notas baixas, pode ser um sinal”, explica.

     É importante o pai está atento a marcas no corpo da criança. Freitas continua enumerando outros indicadores do abuso, por exemplo, quando a criança não quer sair de casa, apresenta medo de um adulto, ou quando os adolescentes começam a se mutilarem. “Se houver mudança brusca de comportamento na criança e no adolescente, os pais e cuidadores devem conversar com eles”. O psicólogo compreende que a informação é o meio mais eficaz de combater este problema. “É importante termos debates no condomínio como estamos tendo agora, com profissionais da área da saúde, segurança, para fazer e alerta as crianças, dando para elas um lugar que possam buscar ajuda e serem ouvidas”, finaliza.

     Acompanhe na integra o debate no link: https://www.youtube.com/watch?v=CyUWf2UVQ-I&t=2882s.

Condominial News

Enviar-me um e-mail quando as pessoas deixarem os seus comentários –

Para adicionar comentários, você deve ser membro de SOLICITE.

Join SOLICITE