Moradora de condomínio em MG recebe reclamação de síndica à 1h45 por causa de fantasia usada no Carnaval

     RIO — Ao se levantar no domingo de Carnaval, uma moradora de Uberlândia (MG) levou um susto ao ver que tinha uma ligação perdida da síndica feita à 1h45, junto com uma mensagem dizendo que elas precisavam conversar. O motivo foi o tipo de roupa que a condômina estava usando na véspera, dia 26, quando entrou no elevador, entre 23h e meia-noite. A cantora Bruna Nery, de 27 anos, havia adaptado um maiô como fantasia, descrita como "um problema muito sério".

     "Um pouco antes uma família tinha acabado de chegar com os filhos e seria muito desconcertante te verem vestida assim!", disse a síndica em outra mensagem, quando explicou a situação. "O prédio é muito sério, com regras rígidas que procuramos cumprir seriamente! Temos muitos idosos, as pessoas se conhecem, somos uma família que você já faz parte dela, como sua avó D. Olga fez um dia e era muito querida por todos! Tenho certeza que não vamos ter mais nenhum problema!"

     — Acordei assustada e quando olhei a mensagem fiquei muito constrangida, muito triste, me senti muito suja. Ela (a síndica) teve acesso às imagens através do porteiro, que à 1h e pouca estava mexendo nas câmeras de segurança, se deu ao trabalho de filmar e mandar pra ela — contou Bruna.

     A jovem disse ainda nunca ter passado por uma situação semelhante tanto ali, onde mora há cerca de um mês, quanto em qualquer outro lugar.

     — Eu já havia transitado assim em outros lugares e pra mim nunca foi um problema que, dessa vez, foi — afirmou Bruna. — Também entrei em outros estabelecimentos, passei em frente a policial e não fui abordada por atentado ao pudor, e nem impedida de entrar em lugar nenhum por conta da minha vestimenta de Carnaval.

     Numa postagem no Twitter, feita como forma de desabafo, conforme ela depois explicou, Bruna destacou o horário incoveniente para a síndica ter tentado informá-la sobre as regras de conduta no condomínio. A postagem repercutiu e ultrapassou 95 mil curtidas.

     — Meu questionamento no Twitter foi em relação ao horário da ligação pra ela falar uma coisa dessa que, segundo ela, era urgente, mas que era totalmente possível ser conversado de outra forma, de uma forma menos invasiva, mais educada, no dia seguinte.

     A respeito do pedido para não andar nas áreas do prédio usando maiô, a jovem disse que não se importa em cumprir com a solicitação.

     — Eu pedi desculpa, falei que eu não sabia — relatou Bruna sobre sua resposta para a síndica, que também reconheceu posteriormente que podia ter entrado em contato com a moradora num horário mais oportuno. — Mas é porque no condomínio onde eu morei anteriormente eu já havia transitado nessas vestimentas e nunca recebi reclamação. E tudo bem se na regra do prédio não pode, ok. Da próxima vez que eu for usar esse tipo de vestimenta, eu ponho um roupão, um casaco, não vejo problema. Eu só realmente não sabia.

     Na rede social, Bruna percebeu que a maioria dos internautas a apoiou, dizendo que o que aconteceu com ela foi um "absurdo".

     — A postagem no Twitter foi mais um desabafo. Eu não imaginei que fosse tomar essa proporção, ter essa repercussão e chegar onde chegou. Mas, é como eu disse para minha irmã, há males que vêm pro bem, e que é importante falar disso pras pessoas saberem que isso ainda acontece, para não acontecer mais.

     Fonte: O Globo

     Condominial News

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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