Relacionamento Interpessoal nos Condomínios: Desafios e Soluções 

"Um melhor convívio em condomínio deve vir pautado de ações diárias de respeito

 

pelo outro e pelo reconhecimento do que o outro tem de bom para nos ensinar"

 

       Conviver em comunidade é um desafio para muitas pessoas principalmente quando o espaço onde vivem há muitas regras a serem seguidas, de forma que o direito do outro não seja invadido e tão pouco cause perturbação e tire o sossego do próximo. É aí que o Relacionamento Interpessoal se faz necessário e fundamental, com o objetivo de garantir um ambiente harmonioso e sem conflitos ainda mais neste período de pandemia. Aliás, por falar em Coronavírus, o isolamento social intensificou a convivência dentro dos condomínios e aumentou os conflitos. Mas, o que é Relacionamento Interpessoal? E quais as soluções diárias que possibilitam buscar uma relação harmônica em coletividade? Esse foi o tema debatido pelo Condominial News na última quinta-feira 12/11, tendo como mediador o Jornalista Lucas Veloso e convidados: Master Coach e Coordenadora da Campanha Rompendo Silêncio Rusci Furtado; Psicóloga Elisa Leão, Especialista em Direito Imobiliário e Síndico, Itamar Alexandre Félix e a Advogada e a Palestrante Wiliane Guimarães.               

       Questionado sobre as principais desavenças dentro dos condomínios, o Síndico Itamar Alexandre ressaltou serem sempre constantes e atualizadas. De acordo com ele, neste período de pandemia, muitas situações novas ocorreram, apontando o barulho como o maior motivo de conflito dentro de um condomínio. "Às vezes o barulho é ocasionado por um vizinho que está fazendo uma confraternização, ou até mesmo uma limpeza", explica.

      Quem também concordou com a fala do síndico foi a palestrante Wiliane. "Também concordo com o Itamar, às vezes este barulho é numa confraternização de final de semana. O pessoal gosta de tomar uma cervejinha, falar um pouco mais alto, manter a porta aberta e tem ainda a questão de arrastar móveis e até a própria forma de andar causa barulho e muitos conflitos” justificou. Quanto à intensificação destes conflitos na pandemia, Rusci Furtado diz que: “Não estávamos acostumados a nos relacionar de maneira intensa e diária, hoje muitas pessoas estão trabalhando dentro de seus lares; ou seja, isso faz que você observe mais seu vizinho, então o barulho vem de todas as formas”.

      Para a Psicóloga Elisa, viver em condomínio é ter a oportunidade das pessoas exercerem a empatia, se colocarem no lugar do outro e tentarem respeitar os limites, porque em todos os condomínios há um manual de boa convivência que precisa ser respeitado. “Quanto melhor você tratar seu vizinho, vai gerar cumplicidade, respeito, empatia e simpatia. Então aquele bom dia, perguntar como a pessoa está, oferecer ajuda vai gerar uma cumplicidade” ressalta justificando que esses atos ajudam minimizar os conflitos entre os moradores que desenvolveram esta habilidade de se comunicarem cordialmente.

      O Síndico Itamar recomenda pontos que considera importantes para diminuir eventuais desavenças entre moradores e também os síndicos que na maioria das vezes, além da parte gerencial, têm que resolver conflitos entre condôminos. Para ele, o exercício da ética, da solidariedade, caridade e honestidade são fundamentais para que a harmonia aconteça no ambiente condominial. “Quando um faz sua parte, todos ganham. O funcionário que às vezes for tratado com rispidez, se receber outro tratamento, vai trabalhar mais feliz e melhor”. Ele considera que o Brasil ainda está aprendendo a viver em condomínios, não há uma cultura e uma educação de bom convívio. “Se observarmos os países que têm uma cultura de condomínio, vamos observar que o síndico não é visto como inimigo, como uma pessoa chata, mas como a pessoa que está cuidando daquele empreendimento”, disse.

      Sobre como administrar os conflitos, Wiliane acredita que há um leque de situações corriqueiras para lidar. “O síndico tem que se preocupar com a gestão financeira e com a manutenção. Por outro lado, as pessoas estão estressadas em seu dia-a-dia, e o condomínio vai ser só um ambiente onde elas colocam para fora o sentimento de frustração, de indignação sobre o contexto da vida delas”, pontua.

     Ainda de acordo com a Especialista, as pessoas com esses ânimos aflorados brigam entre si, com as pessoas que dizem não para elas. “O síndico é visto como a figura do mal, é aquela pessoa que está ali para punir, reclamar, quando é o oposto, sendo que seu papel é zelar por algo que é de todos” comenta, exemplificando ser preciso ter postura mais empática, conversar, explicar sempre as razões e que este é o melhor caminho. Ainda sobre a administração de conflitos, a Psicóloga Elisa dá outra dica que considera infalível que seria fingir que “não está vendo” para facilitar que você tenha o controle emocional, até mesmo para manter uma postura imparcial, de autoridade e estratégica. “Esta dica também fica como uma estratégia, não precisamos dar resposta para tudo, não precisamos resolver tudo nos mínimos detalhes. Às vezes uma pessoa joga uma questão no grupo do condomínio cutucando, solicitando ao síndico, mas cinco minutos depois a coisa já se resolveu e não vale a pena contestar”.

      Rusci Furtado complementa que: “Quando o diálogo não está sendo desenvolvido com uma certa tranquilidade, precisamos olhar e entender o outro. Toda vez que alguém for se relacionar de uma maneira polêmica e negativa, entenda que isso é do outro. Ser estratégico e entender o que ignorar é fundamental, mas temos que preservar a parte da coletividade. O que é a coletividade?  É viver numa comunidade de maneira assertiva”.

       Acompanhe o programa na íntegra no link: https://youtu.be/mxiBO_M7t3g

Por: Edilson Cardoso 

Redação Condominial News 

 

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