Síndica suspeita de mandar matar o vizinho

Síndica suspeita de mandar matar o vizinho
      Priscilla de Oliveira, que administra um condomínio na Barra da Tijuca, foi presa por suspeita de envolvimento na morte do empresário Carlos Eduardo Monttechiari. Polícia afirma que supervisor do edifício e amante de Priscilla, Leonardo Lima, efetuou os disparos.

Um cartão de aniversário falando de Deus, de paz, seria apenas uma prova de amor se não fosse também uma das provas de um crime. O destinatário da carta foi preso pela polícia nesta terça-feira (16) na Barra da Tijuca, na Zona Oeste, quando tentava fugir.

      Leonardo Lima, supervisor do condomínio de luxo London Green, foi quem recebeu o cartão e teria um relacionamento amoroso com a síndica do lugar, Priscilla de Oliveira. Ela é acusada de mandar matar Carlos Eduardo Monttechiari por desavenças no condomínio.

      Segundo moradores do local, Priscilla andava muito incomodada com ele. Os dois tinham uma desavença declarada.

      “Ela teria dito por várias vezes: 'olha, eu preciso matar esse cara, eu preciso matar esse cara'”, disse o delegado Renato Carvalho, que investiga o caso.

      Carlos Eduardo já tinha sido síndico entre 2014 e 2017 e andava desconfiado dos gastos excessivos do condomínio. Segundo a polícia, ele tinha descoberto que a síndica estava fraudando contratos e desviando dinheiro das contas do prédio. Ele anunciou aos moradores que ia denunciar tudo numa reunião marcada para o dia 5 de fevereiro. Mas no dia 1º, ele foi assassinado.

      “A vítima descobriu, através de vários elementos, de notas fiscais falsas, fantasmas, e fraudulentas que estava sendo desviado por volta de mais de R$800 mil do orçamento do condomínio”, explicou o delegado.

 O crime

      O crime foi flagrado por câmeras de segurança. As imagens mostram o carro do assassino parado em frente a um depósito de gás, na Vila Cosmos, Zona Norte do Rio, e toda a ação. Ele desce, caminha até o carro do empresário e atira.

      O bandido foge, entra no carro pelo lado do carona e vai embora. Carlos Eduardo chegou a ser levado para o hospital, mas morreu um dia depois.

      As imagens da câmera de segurança foram fundamentais para solução do caso. Como o bandido fugiu sem levar nada, a polícia descartou a hipótese de latrocínio.

      A polícia descobriu ainda que o veículo usado no crime pertencia a Leonardo Lima, funcionário do condomínio e que tinha um caso com a síndica. As cartinhas e mensagens escritas por ela ajudaram a polícia a confirmar a relação.

     “A nossa linha de investigação leva em consideração o assassinato do Carlos em virtude de uma insatisfação com a namorada do autor, a síndica”, diz o delegado.

     Priscila foi presa nesta terça-feira (16), no condomínio. O advogado de defesa disse que a síndica não teve participação no crime. “Com certeza vai ficar concluído que ela não tem participação alguma. Foi uma atitude isolada do Leonardo, que se porventura realmente ele cometeu, mas ela não contribuiu para isso em momento algum”, disse Norley.

     Quando foi interceptado na Avenida das Américas, Leonardo dirigia o mesmo carro usado no dia do crime. O veículo estava modificado, mas o amassado na lateral era o mesmo das imagens do flagrante. A Polícia Civil ainda investiga quem é o comparsa que estava no carro com Leonardo no momento do crime. Leonardo Lima confessou o crime aos policiais. Ele disse que foi influenciado pela síndica, Priscilla de Oliveira.

Defesa

     A defesa da síndica de um condomínio no Rio suspeita de mandar matar um vizinho protocolou, na tarde de terça-feira (16), na 2ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, um pedido para que a prisão dela seja revogada ou seja determinada a prisão domiciliar da mulher. No documento, a defesa argumenta que ela está se recuperando de uma cirurgia e precisaria de cuidados médicos.

     "Priscilla passou pela remoção de um mioma recentemente e ainda está se recuperando da cirurgia. Inclusive tive a notícia de que teve um sangramento na prisão", disse ao G1 o advogado de defesa, Norley Thomaz Lauand.

     Ele também alegou que Priscilla é inocente e não tem nenhum envolvimento com a morte do empresário. “Quando crime aconteceu, ela já estava tratando da saúde. Além disso, vamos solicitar o cruzamento de dados da antena do celular para mostrar que ela não estava na região do crime”, detalhou.

Advogado reclama de arbitrariedades em prisão

     O advogado Charles Santolia, que defende Leonardo Lima da acusação de ter disparado contra Carlos Eduardo Monttechiari, diz que a prisão do suspeito foi feita de forma arbitrária.

     Ele diz que o depoimento do cliente foi colhido e filmado sem que ele estivesse presente, e que foi informado que Leonardo não queria advogado. Santolia afirmou, ainda, que o homem teria sido coagido a confessar o crime em vídeo.

     "Vou me reunir com a família do Leonardo e ver as medidas pertinentes para o caso, já que nem aos autos eu tive acesso. Até então, só sei o que a imprensa divulgou. Talvez entre com um pedido de revogação ou relaxamento da prisão, já que a mesma foi arbitrária", disse o advogado ao G1.

     Santolia disse que só teve acesso a Leonardo Lima já no meio da tarde de terça-feira (16), e que o homem estava muito nervoso por causa do depoimento e do modo como ele teria sido feito.

     Sobre as possíveis provas que ligam o seu cliente à cena do crime, ele também contesta. Diz que pela gravação não dá para "aferir se o homem da imagem é mesmo Leonardo". Segundo o advogado, as imagens não teriam sido periciadas.

Fonte: G1/RJ

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